Ser Feliz II
- António Vilhena
- 24 de jan.
- 2 min de leitura

Foram diversas as vezes, nos dias seguintes que me vi pensando a respeito de “ser feliz”. O que os jovens propunham tinha um fundo de verdade, mas só isso bastaria?
Não, claro que não, até porque havia o convite para de novo, ouvir algo mais a respeito. O que tinha a perder, pensava para comigo. Afinal, mesmo que os anos tenham proporcionado aprendizagens; as vivências ensinadas tolerância, partilha e humildade, a leveza do estar e ser e a meditação; as provocações a paciência, análises, equilíbrio, e o interagir; o convívio a cumplicidade, a família e a amizade; a escuta de outra geração iria contribuir para o entendimento, reflexão e aceitação.
O calendário, atemporal, marcava ‘quinta feira’.
Inconteste, olho pela janela e, ao contrário do que interiormente pensava e queria – será que era isso? – lá estavam, do mesmo jeito, roupas coloridas, meus dois novos conhecidos. Talvez não tão novos – eles não sabiam ainda, já que os observava fazia tempo.
- Você veio, que legal. Na verdade, não fazíamos expectativas, mas estamos felizes com sua decisão.
- Eu também (não lhes contei, desta vez, as indecisões que minaram meu consciente), pois é, aqui estou, pronto para ...
- Sombra e luz; já ouviu essa expressão? Fazem parte do processo de ser feliz. Sombras, por vezes encobrem a Luz;
- A felicidade não tem hora. É como a magia e a paixão. Se você está feliz, ficamos felizes por isso.
- Respostas? Amor e fraternidade.
A tarde se fez noite, nuvens assustadoras davam lugar ao céu, até a instantes, límpido e azul.
Nos olhamos, sorrimos, levantamos e em comum caminhamos, passos leves e pequenos, como não quiséssemos perturbar a quietude reinante e aguardássemos que a chuva, que começava caindo lavasse nossas almas sem que isso desfizesse o estar feliz.
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