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Papa e Chefe de Estado

  • Foto do escritor: António Vilhena
    António Vilhena
  • 6 de mai.
  • 2 min de leitura


Após o Papa Francisco, o que esperar...
Após o Papa Francisco, o que esperar...

Ser Papa e Chefe de Estado requer que o postulante possua um perfil multifacetado uma vez que o exercício dos ‘cargos’ envolve o espiritual e o temporal.

            A cada eleição de um Papa, os eleitores (cardeais habilitados para tal), onde a existência de correntes de pensamento divergente é real, buscam em seus ‘partidários’ um, cujo perfil se adequa a sua linha estrutural, o que, mesmo sendo razoável, não significa sucesso.

            Daí, a necessidade do diálogo para que o consenso seja obtido e que o escolhido seja uma pessoa que exerça liderança com sabedoria, visão de longo prazo, compromisso com o bem comum, devendo ter a capacidade de agir com ética, responsabilidade e grandeza, inspirando confiança e respeito, mesmo entre os que comunguem ideias contrárias.

A grande questão

            A morte do Papa Francisco, ao mesmo tempo que gera expectativas e esperança, aflige e preocupa. Durante seus 12 anos de papado, provocou como que um terremoto nas estruturas – religiosa, administrativa e política.

            Jesuíta de formação, assumiu uma postura pastoral com um forte senso de missão, compromisso com justiça e paz e amor pelos mais necessitados, em quaisquer circunstâncias, sem deixar, nunca, nunca de amar a Cristo e Maria. Queria uma Igreja extramuros, sem fronteiras, acolhedora e envolvente.

                A Cúria, enraizada em processos que não mais se enquadram com seu (nosso) tempo, teve mexidas que, com certeza, não agradaram a tradicionalistas, radicais ou não.

            Politicamente, foi um intransigente perseguidor da Paz, do término das guerras fossem onde fossem, cujas consequências inimagináveis só trazem fome, amargura e lágrimas, da mesma forma que se posicionou de forma incondicional em defesa dos imigrantes e do meio ambiente, só para citar dois dos casos mais emblemáticos.

            As mexidas nos três pilares, umas mais, outras menos profundas, não têm unanimidade: trabalha-se tanto para que as ‘pontes’ sejam mais alargadas, quanto para que os ‘muros’ as interrompam.

            Os ecos que na maioria refletem o não regredir ou estagnar também podem sinalizar a volta de uma Igreja do Passado.

 

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