7 de março! 8 de março!
- António Vilhena
- 8 de mar.
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Eu tenho uma amiga “Adriana”, que graças às boas rezas nasceu num 7 de março.
Eu tenho algumas amigas – poucas na verdade – que nasceram em dias e anos diferentes.
Eu conheço histórias de mulheres – mais do que o desejável (na verdade bem mais) que somente pelo facto de o serem foram discriminadas, abusadas, usadas, escravizadas, sem que a elas fosse dado o direito de agir e falar, mas tão somente o de parir e servir.
Histórias do ontem e do hoje que, de tão repetitivas, acabaram por sensibilizar levando consciências a se perguntarem do porquê.
O nascer mulher, já não era maldição? O sim representava uma aceitação mesmo que inconsciente; o não surgia como uma esperança, uma vontade, uma ansiedade enraizada por lágrimas e dores, mas também por certezas.
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudanças,
tornando sempre novas qualidades.”
Lutas e labutas; derrotas e vitórias; retrocessos e avanços; alienação e engajamentos; silêncio e gritos. A cada passo o acréscimo, a cada esquina um novo deslumbre: “uma andorinha só não faz verão”, mas uma “mão-cheia” faz a diferença.
Datas, sensibilizações e um 8 de março ficou definido e marcado – Dia Internacional da Mulher.
A elas – todas – minha reverência, minha gratidão, minha entrega, nascidas em quaisquer épocas e dias.
Que a pétala da flor cuja cor e cheiro só é perceptível quando chega em suas mãos, seja o testemunho do agradecimento.
Quadra do soneto de Luís de Camões de incipit “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
Crédito da imagem: Masakasu Matsumoto.
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